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Mito da cidade-global: o papel da ideologia na produção do espaço terciário em São Paulo
A "cidade-global" vem sendo difundida como o único modelo urbano capaz de garantir a sobrevida das cidades no "novo" contexto da "globalização da economia". A cidade de São Paulo não foge desse rótulo. Entretanto, os dados empíricos mostram que ela não apresenta nenhum dos atributos típicos da "cidade-global". Isso não impede que o discurso dominante do pensamento único neoliberal, que tem como paralelos urbanos as teorias da "cidade-global", do "planejamento estratégico" e do "marketing de cidades", imponha uma visão - mais ideológica do que real - segundo a qual esses modelos seriam as únicas opções de urbanização aceitáveis. Apoiando-se nessa falsa realidade, os empreendedores urbanos da cidade conseguem canalizar os recursos públicos, de forma a sustentar a construção de supostas "centralidades globais terciárias", desviando, assim, as políticas públicas das prioridades prementes ligadas a uma demanda social cada vez mais dramática. Uma análise mais pormenorizada mostra que a dinâmica de produção do espaço em São Paulo é baseada em coalizões entre as elites urbanas locais e o poder público, nada tendo, de "moderna", e muito menos de "global", sendo, na verdade, a expressão urbana das tradicionais e arcaicas relações sociais típicas do "patrimonialismo" brasileiro.
Mito da cidade-global: o papel da ideologia na produção do espaço terciário em São Paulo
A "cidade-global" vem sendo difundida como o único modelo urbano capaz de garantir a sobrevida das cidades no "novo" contexto da "globalização da economia". A cidade de São Paulo não foge desse rótulo. Entretanto, os dados empíricos mostram que ela não apresenta nenhum dos atributos típicos da "cidade-global". Isso não impede que o discurso dominante do pensamento único neoliberal, que tem como paralelos urbanos as teorias da "cidade-global", do "planejamento estratégico" e do "marketing de cidades", imponha uma visão - mais ideológica do que real - segundo a qual esses modelos seriam as únicas opções de urbanização aceitáveis. Apoiando-se nessa falsa realidade, os empreendedores urbanos da cidade conseguem canalizar os recursos públicos, de forma a sustentar a construção de supostas "centralidades globais terciárias", desviando, assim, as políticas públicas das prioridades prementes ligadas a uma demanda social cada vez mais dramática. Uma análise mais pormenorizada mostra que a dinâmica de produção do espaço em São Paulo é baseada em coalizões entre as elites urbanas locais e o poder público, nada tendo, de "moderna", e muito menos de "global", sendo, na verdade, a expressão urbana das tradicionais e arcaicas relações sociais típicas do "patrimonialismo" brasileiro.
Mito da cidade-global: o papel da ideologia na produção do espaço terciário em São Paulo
João Sette Whitaker Ferreira (Autor:in)
2004
Aufsatz (Zeitschrift)
Elektronische Ressource
Unbekannt
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