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Corpografia arquitetônica: o método do observador e das linhas
Entende-se como corpografia arquitetônica, no contexto teórico e metodológico que norteia este artigo, o registro do deslocamento de um observador em movimento através do meio edificado, buscando desse modo descrever – através de texto, notações gráficas e sequências de imagens – os efeitos da arquitetura sobre a relação que se estabelece entre usuários e espaços. Entende-se aqui como efeitos da arquitetura as inerentes tensões – de fricção (negativas) ou de empatia (positivas) – que permeiam a relação entre as nossas ações e a configuração dos espaços onde elas ocorrem. Estaremos portanto lidando com a representação gráfica do movimento do corpo no espaço como método de estudo em arquitetura nas suas diferentes escalas, do edifício à cidade. O procedimento ora delineado está fundado na observação e registro – planimétrico e fotográfico – por um observador que se desloca a pé, sensível aos efeitos espaciais produzidos pelas situações por onde passa e com a intenção de descrevê-las. O método assim se propõe a descrever graficamente aquilo que é captado pelos sentidos do observador em seu percurso através de uma determinada situação espacial objeto de estudo, trabalhando de modo associado com procedimentos e categorias vindas dos estudos da percepção espacial, incluída aí a fenomenologia e, por outro lado, dos estudos da configuração espacial, incluída aí a sintaxe espacial. Duas questões servem como guia ao andamento do texto. A primeira delas explora o modo como as pessoas se relacionam com os espaços através dos diferentes sentidos. Já a segunda se refere ao que exatamente nos espaços viria a afetar esses mesmos sentidos. O modo descritivo assim delineado reúne tanto as percepções desse observador que se desloca no espaço, registrada em imagens e texto, quanto a informação privilegiada de natureza configuracional, mapas e plantas, o material cartográfico e diagramático que instruirá os deslocamentos desse observador. A utilização da caminhada como modo de produção de conhecimento em arquitetura implica a explicitação de um conjunto de procedimentos que denominaremos o método do observador e, ademais, uma breve revisão da literatura que, pretende-se, venha a subsidiar o procedimento desde um ponto de vista teórico. O artigo apresenta um detalhamento desse procedimento e ao final um estudo de caso que consta da realização de uma caminhada através de um objeto de estudo e seu entorno imediato, um percurso que propiciará análises da qualidade da fruição espacial em diferentes escalas.
Corpografia arquitetônica: o método do observador e das linhas
Entende-se como corpografia arquitetônica, no contexto teórico e metodológico que norteia este artigo, o registro do deslocamento de um observador em movimento através do meio edificado, buscando desse modo descrever – através de texto, notações gráficas e sequências de imagens – os efeitos da arquitetura sobre a relação que se estabelece entre usuários e espaços. Entende-se aqui como efeitos da arquitetura as inerentes tensões – de fricção (negativas) ou de empatia (positivas) – que permeiam a relação entre as nossas ações e a configuração dos espaços onde elas ocorrem. Estaremos portanto lidando com a representação gráfica do movimento do corpo no espaço como método de estudo em arquitetura nas suas diferentes escalas, do edifício à cidade. O procedimento ora delineado está fundado na observação e registro – planimétrico e fotográfico – por um observador que se desloca a pé, sensível aos efeitos espaciais produzidos pelas situações por onde passa e com a intenção de descrevê-las. O método assim se propõe a descrever graficamente aquilo que é captado pelos sentidos do observador em seu percurso através de uma determinada situação espacial objeto de estudo, trabalhando de modo associado com procedimentos e categorias vindas dos estudos da percepção espacial, incluída aí a fenomenologia e, por outro lado, dos estudos da configuração espacial, incluída aí a sintaxe espacial. Duas questões servem como guia ao andamento do texto. A primeira delas explora o modo como as pessoas se relacionam com os espaços através dos diferentes sentidos. Já a segunda se refere ao que exatamente nos espaços viria a afetar esses mesmos sentidos. O modo descritivo assim delineado reúne tanto as percepções desse observador que se desloca no espaço, registrada em imagens e texto, quanto a informação privilegiada de natureza configuracional, mapas e plantas, o material cartográfico e diagramático que instruirá os deslocamentos desse observador. A utilização da caminhada como modo de produção de conhecimento em arquitetura implica a explicitação de um conjunto de procedimentos que denominaremos o método do observador e, ademais, uma breve revisão da literatura que, pretende-se, venha a subsidiar o procedimento desde um ponto de vista teórico. O artigo apresenta um detalhamento desse procedimento e ao final um estudo de caso que consta da realização de uma caminhada através de um objeto de estudo e seu entorno imediato, um percurso que propiciará análises da qualidade da fruição espacial em diferentes escalas.
Corpografia arquitetônica: o método do observador e das linhas
Douglas Vieira de Aguiar (Autor:in)
2017
Aufsatz (Zeitschrift)
Elektronische Ressource
Unbekannt
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